domingo, 30 de agosto de 2015

A Medida da Frugalidade

Olá pessoal.

Encontrei alguns blogs que falavam sobre frugalidade, o que me levou a refletir sobre o tema. Minha dúvida é se eu estou sendo frugal além da medida. Resolvi colocar isto por escrito aqui.
  

Primeiramente, vamos ao conceito do Michaelis:
frugal fru.gal adj (lat frugale1 Relativo a frutos. 2 Que se alimenta de frutos. 3 Que come com parcimônia. 4 Moderado, sóbrio.
Obviamente o contexto ao qual me refiro aqui é o de "moderado, sóbrio". Também encontrei definições como "simplicidade, sobriedade de costumes e hábitos". Então trata-se da característica (ou modo de agir) de alguém que é comedido na hora de gastar, sendo econômico e evitando desperdícios e extravagâncias. Ser frugal é o contrário de ser perdulário, vítima do consumismo.

Entendo que viver uma vida simples é bom. Se a pessoa está feliz e consciente que vive de acordo com o que gostaria, está ótimo. Não precisar de roupas caras, carro bom (ou nem ter carro), apartamento chique, ir a restaurantes finos, viagens a lugares famosos ou exóticos. Feliz de quem não sente falta de nada disso. 

Para a maioria dos mortais, os mimos materiais tem um apelo importante. Desejamos algumas ou várias das coisas que citei no parágrafo anterior, além de muitas outras que o dinheiro pode comprar. Nos acostumamos a ter luxos que não precisamos e a gastar dinheiro em coisas que poderíamos viver sem. Então lá se vai o dinheiro em celular último modelo, na troca do carro por um novo, na compra de um apartamento maior, naquela viagem aos EUA, nas roupas que apareceram na novela, no restaurante top que você viu no Tripadvisor. Então isto se torna um costume e você vira escravo do dinheiro.


Tenho o objetivo de alcançar a Independência Financeira. Então meus custos são importantíssimos na conta de quanto que preciso para viver livre da necessidade de ter um emprego. Não vou me aposentar nunca se o dinheiro que ganho é queimado antes de gerar mais dinheiro. Um pouco dessa geração de dinheiro pelo próprio dinheiro eu comentei em "Pensamentos sobre juros compostos".

O problema é quando se cruza a fronteira dos absurdos e não gastar dinheiro vira uma paranoia. Deixar de ser feliz para juntar cada centavo na busca de uma aposentadoria que ainda está longe, viver uma vida de sacrifício esperando ficar rico, deixar de sair com amigos para não gastar, renunciar a todo tipo de conforto que custe dinheiro. Esse é um extremo que não parece ser saudável.

Eu tento achar um meio termo entre frugalidade e perdularismo fazendo uma reflexão antes de comprar. Não compro nada na hora, não compro por impulso. Sempre que tenho vontade de comprar alguma coisa, pergunto-me se eu preciso realmente daquilo. Saio da loja, dou uma volta, se possível espero outro dia. Isso geralmente me mostra que estou apenas empolgado com o que quero comprar, sentimento que geralmente me abandona após a compra. Quando minha reflexão é feita e ainda assim minha compra se justifica, vou lá e compro (obviamente estou falando em valores que não vão fazer um rombo nas minhas contas. Se estiver pensando em um imóvel, carro ou viagem cara, não é tão simples assim).

Eu tenho alguns confortos. Moro em um lugar confortável (mas a localização não é das melhores). Tenho 1 carro, o qual considero confortável e que foi comprado após passar 10 anos com um que nem ar condicionado tinha. Troquei recentemente minha operadora de Internet por uma decente, pois cansei de ser explorado. Viajo todo ano, o que é uma das coisas que mais gosto de fazer na vida. De vez em quando faço uma graça e vou a um restaurante caro. Compro menos presentes do que deveria para minha esposa, mas capricho naqueles que compro. Tudo isso é mimo e poderia ser evitado para acelerar minha IF. Mas vale a pena fazer isso? Para mim, não vale.

Um problema que eu via nas minhas contas no passado é que eu me preocupava com grandes gastos e não refletia sobre os pequenos. Quando chegava a fatura do cartão, eu via que o somatório dos pequenos gastos era bem maior do que aqueles grandes gastos que eu relutava em fazer. Só ficou claro quando comecei a controlar meu orçamento e fazendo meu balanço no fim do mês. Percebi que é melhor segurar vários pequenos gastos com o que não preciso ao invés de cortar alguns gastos com o que me faz feliz.

Sempre que estou abrindo mão do que quero para contar os centavos, lembro-me de Mateus 24:36: "Daquele dia e hora, porém, ninguém sabe, nem os anjos do céu, nem o Filho, senão só o Pai". Ou seja, vamos morrer e não sabemos quando. Pode ser daqui a 40 anos, pode ser daqui a 40 minutos. Se estiver guardando sua felicidade para usá-la quando se aposentar, pense no risco de não chegar lá.

Uma vez li em um livro uma frase que me marcou (mais que o livro, pois não lembro seu nome), e era mais ou menos isto: "conhecer Paris com 70 anos não é a mesma coisa que conhecer Paris com 35 anos". A experiência e a sabedoria que vem com o passar dos anos é muito importante, mas vitalidade e jovialidade fazem diferença em certos momentos. Então, algumas coisas eu não deixo para depois.



Faço minhas contas, faço meus aportes, guardo meu dinheiro, mas lembro que estou vivo agora. A medida da minha frugalidade é economizar em coisas que não preciso, mas comprar as que me fazem feliz.

Já parou para refletir se você é frugal na medida certa?

terça-feira, 18 de agosto de 2015

Agosto/15 - Compras de Agosto

Olá pessoal.

Fiz minhas compras de agosto/15. Todo mês eu faço compras, acumulando patrimônio. Sempre no meio do mês. Falei um pouco disto no post sobre "A Lógica dos Meus Investimentos".

Sigo comprando conforme minha carteira:



Neste mês, seguindo meus rodízio, comprei:
  • CIEL3 Preço: 41,31
  • ITSA4 Preço: 7,58
  • GRND3 Preço: 16,66

Você deve ter notado que pulei a Souza Cruz (CRUZ3). É uma excelente empresa no ponto de vista empresarial (não o ideológico relacionado ao mal que o cigarro faz a saúde). Eu odeio cigarro, mas adoro os dividendos que a CRUZ3 me paga. Isso diminui minha raiva quando tem alguém fumando do meu lado e jogando fumaça na minha cara. Como ela está fechando seu capital, parei de fazer comprá-la e estou esperando se concretizar a OPA (Oferta Pública Aquisição de Ações). 

No meu último post sobre acompanhamento de carteira (clique aqui) eu contei que comprei bastante Tesouro Selic 2021 (LFT). Minha carteira ficou mais conservadora do que eu gostaria. Então, não fiz compra de títulos neste mês.

Vi que apareceram várias LCAs dando sopa na Rico. Mas já fiz o aporte combinado comigo mesmo neste mês e o dinheiro que sobrou na corretora depois da compra das ações não paga o valor mínimo das LCAs que achei. Então, fica para a próxima.

Apesar de não conseguir comprar uma LCA, sobrou um troco na minha carteira. Como não vou deixar lá na corretora parado, rendendo nada e queimando na inflação, provavelmente ainda vou comprar GETI3 neste mês. Se o fizer, atualizarei este post.

E você? Comprando o quê? Apostando nos juros altos do Tesouro ou no "torra torra" da Bovespa?

domingo, 9 de agosto de 2015

Pensamentos Sobre Juros Compostos e Aportes

Olá pessoal.

Sempre vi o Bastter falar sobre a importância dos aportes e como a pessoa tem que se preocupar em melhorar no emprego, passar a ganhar mais para aportar mais, ao invés de ficar se matando para conseguir rendimentos acima da média. Ele repete bastante isso (e pode ser visto no vídeo anexo).


Isto me fez refletir sobre juros compostos. Todo mundo da blogosfera financeira fala sobre isso, acho que chegou minha vez.


Juros Compostos


Todos conhecem os juros compostos. São os famosos "juros sobre juros", o "bolo que vai crescendo", o "milagre financeiro". São a principal esperança do poupador, mas também um negócio extremamente rentável para quem empresta dinheiro ou vende cobrando juros.

Geralmente o cidadão comum os usa contra si. Todo mundo paga (já pagou ou pagará) juros a alguma instituição financeira. É aquele financiamento que cresce com o tempo, que você paga e nunca acaba. É aquele apartamento que você pagou 40% a mais quando foi financiar. São aquelas 18 prestações das Casas Bahia que fizeram com que seu produto custe muito mais caro (você saberia se somasse as prestações, coisa que muita gente não faz).

O fato é que juros compostos são uma força incrível de fazer riqueza. Einstein já disse que "os juros compostos são a força mais poderosa do universo" (clique aqui), e quem sou eu para discordar dele. Então a atitude mais sensata é parar de fazer financiamentos e começar a usar seu poder a seu favor, ou seja, investindo.

Funciona assim:
Capital Futuro = Capital Inicial * (1 + Taxa de Juros)Período

Pode ser notado que a quantidade de períodos influencia a conta exponencialmente. Isso faz com que o tempo (dias, meses, anos, etc, de acordo com o período escolhido para a taxa de juros) seja cada vez mais importante e, quanto maior, mais os "juros sobre juros" fazem efeito. 


Aportes


Seus aportes também contam na escalada do montante. Entram no bolo que cresce ao sabor dos juros e do tempo de investimento. É disso que o Bastter fala quando diz para caprichar nos aportes. O aporte funciona assim:

Capital Futuro Aporte = Aporte * [(1 + Taxa de Juros)Período - 1] / Taxa de Juros

Esse valor se soma ao capital que vem crescendo e forma um montante futuro.

Montante Futuro = Capital Futuro + Capital Futuro Aporte

Usando esta fórmula e o cenário sugerido pelo Bastter, comecei a brincar com o Excel. Se não quiser montar sua planilha, tem uma aqui neste endereço (clique aqui).


Resultados


Fiz alguns testes para ver como os montantes se comportam com o tempo. Procurei ver o que aconteceria quando comparo "juros de poupança + aporte maior" e "juros maiores + aporte menor". Não considerei inflação na conta. Fiz as seguintes comparações:
  • Capital Inicial = R$ 30000, sem aporte mensal, juros de poupança (0,71%);
  • Capital Inicial = R$ 30000, aporte mensal R$ 2500, juros de poupança (0,71%);
  • Capital Inicial = R$ 30000, aporte mensal R$ 2500, juros maior (1,2%);
  • Capital Inicial = R$ 30000, aporte mensal R$ 5000, juros de poupança (0,71%).
O resultado foi o seguinte:


Em uma forma gráfica ficou assim:

Coloquei no gráfico somente até os 240 meses, pois os valores começam a ficar muito altos entre 20 e 30 anos e dificultam visualizar o período de 0 a 20 anos (que é de interesse mais comum).


Conclusões  


No gráfico pode ser visto o comportamento exponencial. Com o passar do tempo, mais dinheiro vai sendo gerado pelos juros e então o capital dispara. É mais outro ponto que Bastter adora falar. Pode ser visto nos dados da última coluna da planilha que o capital que em 10 anos está em 790 mil e em 20 anos está em 3,9 milhões se multiplica para mais de 17 milhões em 30 anos.

Quanto mais tempo de investimento, mais retorno devido aos juros compostos. Caso você ainda não tenha começado a investir, comece urgentemente. Se você tivesse começado a investir um pedaço do seu salário logo que começou a ter renda, imagine quanto teria agora.

A curva sem aportes quase não anda. É sempre importante acelerar o crescimento do montante com aportes regulares. É isso que eu faço.

Outra coisa que pode ser notada é que as curvas de "Aporte R$ 5000 e juros 0,71%" e "Aporte R$ 2500 e juros 1,2%" se cruzam depois de 15 anos. Depois disso a curva com aporte menor e juros maiores sobe bem mais forte. Não acho que invalide o ponto de vista do Bastter, pois se esforçar para evoluir na fonte de renda e conseguir aumentar os aportes é mais fácil do que consistentemente conseguir juros altos. Mas mostra o óbvio, que conseguir os juros bons é algo importante e deve ser almejado. 

O valor do aporte faz diferença. Tente minimizar seus gastos para sobrar mais dinheiro e conseguir investir mais. "Pague-se primeiro", ou seja, coloque o seu futuro como um dos seus primeiros credores todo mês.

É relevante também o fato que não considerei possíveis rendimentos menores (ou negativos) na busca pelos juros altos. Isso costuma atrapalhar o caminho de quem busca investimentos mais arriscados, que geralmente são os que rendem mais.

Tente aportar o maior valor que conseguir e busque a maior taxa de retorno possível. Este é o melhor cenário. Se não quiser arriscar muito, saiba que só no aporte você consegue chegar lá.

Você usa os juros compostos a seu favor ou contra você?

sábado, 1 de agosto de 2015

Julho/15 - Acompanhamento de Carteira

Olá pessoal.

Chegou o fim do mês. Hora de apurar o andamento do patrimônio investido em Renda Fixa e Variável.


Carteira


Minha carteira segue inalterada. Nenhuma ação diferente foi adicionada nem retirada. Comprei mais ações conforme meu rodízio o mensal (mencionado no meu post anterior - clique aqui). Foram compradas ações da TOTS3, WEGE3 e ABEV3.




Fiz as seguintes compras no dia 16/07:
  • TOTS3 Preço: 37,38
  • WEGE3 Preço: 19,75
  • ABEV3 Preço: 19,69

Investi o dinheiro que estava na conta da corretora em:
  • Tesouro Selic 2021 (LFT)
  • LCA Banco Pine

Resultados


Coloquei a seguir os resultados da minha carteira. O rendimento acumulado ficou esquisito porque tive que pagar umas taxas e o valor da conta-corrente na corretora entra na somatória. Ainda estou revendo isto. Seguem os números:



A distribuição da minha carteira ficou assim:



A evolução do meu patrimônio está no gráfico a seguir. Subiu 4,01%. Continua evoluindo, principalmente pela força dos aportes:



Conclusões


O Tesouro Direto rendendo bem, pois a inflação e a Selic estão subindo com vontade. As LCI/LCAs estão com um rendimento muito bom também, pois eles tem um bom valor de retorno do CDI.

A renda variável se segurou nas boas empresas que tenho em carteira. Enquanto o IBOVESPA acumulou perda de cerca de 4%, minha certeira segurou o tranco e só recuou 0,8%.

Meu patrimônio continua subindo, rumo à minha meta. Provavelmente vou chegar lá antes do fim do ano =)