Olá pessoal.
Encontrei alguns blogs que falavam sobre frugalidade, o que me levou a refletir sobre o tema. Minha dúvida é se eu estou sendo frugal além da medida. Resolvi colocar isto por escrito aqui.
Primeiramente, vamos ao conceito do Michaelis:
frugal fru.gal adj (lat frugale) 1 Relativo a frutos. 2 Que se alimenta de frutos. 3 Que come com parcimônia. 4 Moderado, sóbrio.
Obviamente o contexto ao qual me refiro aqui é o de "moderado, sóbrio". Também encontrei definições como "simplicidade, sobriedade de costumes e hábitos". Então trata-se da característica (ou modo de agir) de alguém que é comedido na hora de gastar, sendo econômico e evitando desperdícios e extravagâncias. Ser frugal é o contrário de ser perdulário, vítima do consumismo.
Entendo que viver uma vida simples é bom. Se a pessoa está feliz e consciente que vive de acordo com o que gostaria, está ótimo. Não precisar de roupas caras, carro bom (ou nem ter carro), apartamento chique, ir a restaurantes finos, viagens a lugares famosos ou exóticos. Feliz de quem não sente falta de nada disso.
Para a maioria dos mortais, os mimos materiais tem um apelo importante. Desejamos algumas ou várias das coisas que citei no parágrafo anterior, além de muitas outras que o dinheiro pode comprar. Nos acostumamos a ter luxos que não precisamos e a gastar dinheiro em coisas que poderíamos viver sem. Então lá se vai o dinheiro em celular último modelo, na troca do carro por um novo, na compra de um apartamento maior, naquela viagem aos EUA, nas roupas que apareceram na novela, no restaurante top que você viu no Tripadvisor. Então isto se torna um costume e você vira escravo do dinheiro.
Tenho o objetivo de alcançar a Independência Financeira. Então meus custos são importantíssimos na conta de quanto que preciso para viver livre da necessidade de ter um emprego. Não vou me aposentar nunca se o dinheiro que ganho é queimado antes de gerar mais dinheiro. Um pouco dessa geração de dinheiro pelo próprio dinheiro eu comentei em "Pensamentos sobre juros compostos".
O problema é quando se cruza a fronteira dos absurdos e não gastar dinheiro vira uma paranoia. Deixar de ser feliz para juntar cada centavo na busca de uma aposentadoria que ainda está longe, viver uma vida de sacrifício esperando ficar rico, deixar de sair com amigos para não gastar, renunciar a todo tipo de conforto que custe dinheiro. Esse é um extremo que não parece ser saudável.
Eu tento achar um meio termo entre frugalidade e perdularismo fazendo uma reflexão antes de comprar. Não compro nada na hora, não compro por impulso. Sempre que tenho vontade de comprar alguma coisa, pergunto-me se eu preciso realmente daquilo. Saio da loja, dou uma volta, se possível espero outro dia. Isso geralmente me mostra que estou apenas empolgado com o que quero comprar, sentimento que geralmente me abandona após a compra. Quando minha reflexão é feita e ainda assim minha compra se justifica, vou lá e compro (obviamente estou falando em valores que não vão fazer um rombo nas minhas contas. Se estiver pensando em um imóvel, carro ou viagem cara, não é tão simples assim).
Eu tenho alguns confortos. Moro em um lugar confortável (mas a localização não é das melhores). Tenho 1 carro, o qual considero confortável e que foi comprado após passar 10 anos com um que nem ar condicionado tinha. Troquei recentemente minha operadora de Internet por uma decente, pois cansei de ser explorado. Viajo todo ano, o que é uma das coisas que mais gosto de fazer na vida. De vez em quando faço uma graça e vou a um restaurante caro. Compro menos presentes do que deveria para minha esposa, mas capricho naqueles que compro. Tudo isso é mimo e poderia ser evitado para acelerar minha IF. Mas vale a pena fazer isso? Para mim, não vale.
Um problema que eu via nas minhas contas no passado é que eu me preocupava com grandes gastos e não refletia sobre os pequenos. Quando chegava a fatura do cartão, eu via que o somatório dos pequenos gastos era bem maior do que aqueles grandes gastos que eu relutava em fazer. Só ficou claro quando comecei a controlar meu orçamento e fazendo meu balanço no fim do mês. Percebi que é melhor segurar vários pequenos gastos com o que não preciso ao invés de cortar alguns gastos com o que me faz feliz.
Sempre que estou abrindo mão do que quero para contar os centavos, lembro-me de Mateus 24:36: "Daquele dia e hora, porém, ninguém sabe, nem os anjos do céu, nem o Filho, senão só o Pai". Ou seja, vamos morrer e não sabemos quando. Pode ser daqui a 40 anos, pode ser daqui a 40 minutos. Se estiver guardando sua felicidade para usá-la quando se aposentar, pense no risco de não chegar lá.
Uma vez li em um livro uma frase que me marcou (mais que o livro, pois não lembro seu nome), e era mais ou menos isto: "conhecer Paris com 70 anos não é a mesma coisa que conhecer Paris com 35 anos". A experiência e a sabedoria que vem com o passar dos anos é muito importante, mas vitalidade e jovialidade fazem diferença em certos momentos. Então, algumas coisas eu não deixo para depois.
Faço minhas contas, faço meus aportes, guardo meu dinheiro, mas lembro que estou vivo agora. A medida da minha frugalidade é economizar em coisas que não preciso, mas comprar as que me fazem feliz.
Já parou para refletir se você é frugal na medida certa?
Eu tento achar um meio termo entre frugalidade e perdularismo fazendo uma reflexão antes de comprar. Não compro nada na hora, não compro por impulso. Sempre que tenho vontade de comprar alguma coisa, pergunto-me se eu preciso realmente daquilo. Saio da loja, dou uma volta, se possível espero outro dia. Isso geralmente me mostra que estou apenas empolgado com o que quero comprar, sentimento que geralmente me abandona após a compra. Quando minha reflexão é feita e ainda assim minha compra se justifica, vou lá e compro (obviamente estou falando em valores que não vão fazer um rombo nas minhas contas. Se estiver pensando em um imóvel, carro ou viagem cara, não é tão simples assim).
Eu tenho alguns confortos. Moro em um lugar confortável (mas a localização não é das melhores). Tenho 1 carro, o qual considero confortável e que foi comprado após passar 10 anos com um que nem ar condicionado tinha. Troquei recentemente minha operadora de Internet por uma decente, pois cansei de ser explorado. Viajo todo ano, o que é uma das coisas que mais gosto de fazer na vida. De vez em quando faço uma graça e vou a um restaurante caro. Compro menos presentes do que deveria para minha esposa, mas capricho naqueles que compro. Tudo isso é mimo e poderia ser evitado para acelerar minha IF. Mas vale a pena fazer isso? Para mim, não vale.
Um problema que eu via nas minhas contas no passado é que eu me preocupava com grandes gastos e não refletia sobre os pequenos. Quando chegava a fatura do cartão, eu via que o somatório dos pequenos gastos era bem maior do que aqueles grandes gastos que eu relutava em fazer. Só ficou claro quando comecei a controlar meu orçamento e fazendo meu balanço no fim do mês. Percebi que é melhor segurar vários pequenos gastos com o que não preciso ao invés de cortar alguns gastos com o que me faz feliz.
Sempre que estou abrindo mão do que quero para contar os centavos, lembro-me de Mateus 24:36: "Daquele dia e hora, porém, ninguém sabe, nem os anjos do céu, nem o Filho, senão só o Pai". Ou seja, vamos morrer e não sabemos quando. Pode ser daqui a 40 anos, pode ser daqui a 40 minutos. Se estiver guardando sua felicidade para usá-la quando se aposentar, pense no risco de não chegar lá.
Uma vez li em um livro uma frase que me marcou (mais que o livro, pois não lembro seu nome), e era mais ou menos isto: "conhecer Paris com 70 anos não é a mesma coisa que conhecer Paris com 35 anos". A experiência e a sabedoria que vem com o passar dos anos é muito importante, mas vitalidade e jovialidade fazem diferença em certos momentos. Então, algumas coisas eu não deixo para depois.
Faço minhas contas, faço meus aportes, guardo meu dinheiro, mas lembro que estou vivo agora. A medida da minha frugalidade é economizar em coisas que não preciso, mas comprar as que me fazem feliz.
Já parou para refletir se você é frugal na medida certa?